Expediente
Revista Paradigmas
Filosofia, Realidade & Arte
Ano XXIV - n. 57
ISSN 1980 - 4342
janeiro/fevereiro 2024
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Agostinho e Kierkegaard: arbítrio e liberdade
Paulo Ricardo Gomides Abe
Doutorando em Filosofia - USP
Neste artigo, procuraremos analisar o conceito de livre arbítrio e liberdade em Agostinho e Kierkegaard, atentando para como chegam a uma possível mesma conclusão quanto às tendências negativas de seus conceitos. Para tanto, tomaremos o livro Livre arbítrio de Agostinho e algumas obras de Kierkegaard que abordam o assunto.
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UMA REFLEXÃO SOBRE A POBREZA
ADENAIDE AMORIM LIMA
Doutoranda em Filosofia – UFSM
Mestre em Educação – UESB
Introdução
É possível uma reflexão filosófica sobre a pobreza? Uma vez que a filosofia reflete em torno de conceitos, é sempre complicado abordar tópicos que não estão dentro de um horizonte conceitual prévio. A pobreza, como veremos abaixo, não é algo conceitual ou uma “realidade” historicamente estável. Refletir, então, sobre este tema pode significar expor o quanto o seu sentido foi mudando de acordo com a sociedade. Essa mudança, claro, não significa que a situação foi melhorando, mas sim que o tema foi sendo tratado de acordo com a situação histórica de cada sociedade.
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Nietzsche e as flutuações do ressentimento
Renato Nunes Bittencourt[1]
O ressentimento consiste na disposição psicofísica de se sentir novamente um afeto, geralmente desagradável para nosso senso pessoal de valoração. Não se trata apenas de uma mágoa ou sentimento de raiva perante um desagravo sofrido, mas acima de tudo de um remoer psíquico que evoca as recordações turbulentas que ainda maculam violentamente a afetividade da pessoa. É importante destacar essa informação pois também usualmente relembramos no presente vivências agradáveis de outrora, como se tal rememoração não apenas fosse uma recordação alegre de algo que já passou, mas também evocasse na atualidade os mesmos afetos originais. No entanto, não consideramos como ressentimento esse tipo de lembrança positiva do bom momento vivido no passado, pois o conceito de saudade, ainda que inquantificável, absorve essas disposições felizes do tempo que não está mais presente em ato. Por isso enfatizamos o estado de ressentimento como uma experiência psicofísica desagradável para quem padece desse transtorno, inclusive com seus tons orgânicos, tal como Nietzsche esmiúça:
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NA MORALIDADE RESIDE ALGO DE MÁ CONSCIÊNCIA?
JOSÉ CARLOS SILVA ROCHA COSTA
Licenciado em Filosofia – (UESB)
Mestrando em Filosofia – (UFBA)
Introdução
Quem é capaz de imaginar, caro leitor, que o fundamento da sua moralidade reside na má consciência? A história da ética tem a tendência de mascarar e até mesmo negar a existência dessa ligação entre a exigência de um gesto nobre atual cujo fundamento reside em um gesto nada nobre de um antepassado. No que segue, eu gostaria de apresentar a partir da leitura genealógica realizada por Nietzsche, os elementos fundamentais que estruturam a moral ocidental. Não se trata de reparar aspectos da ética historicamente desejada, calcada na racionalidade dos costumes e a consequente elevação destes a um fundamento moral universal como encontramos na filosofia de Kant.
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