Espaço-poesia:
O pessimista que tocava flauta
Nesse mundo que tem como essência
a vontade e a potência do homem
Nesse mundo filantropia é sonho
que doa com ganância na face da aparência
Mesmo nos dias cinzas a felicidade é colorida
e aquele que traz no pensamento a melancolia
conduza melodia filosófica viva
e vive em conflito com a cólera da vida
Tocando flauta no frio da locomotiva
transparente cortina cheia de vida
surfando nas ondas da extasia
lúcido em espírito de poesia
E pra quem busca as próprias verdades
o mundo é pra quem não tem medo
e anda no deserto urbano sem freio
de promessas o inferno está cheio
Atento aos voos dos poetas errantes
Walys, Dantes, Cervantes
Em suas fábricas de sonhos
Habitantes de terras distantes
Cuspindo razão delirante
Eu vou vivendo alucinações
nas fluidas avenidas, pessoas escondidas
escrevendo a alma da vida
Poeticamente nos passos da imaginação
Apressando lentamente as palavras
Voar, movendo no ar, subindo aos céus
Pelo amor inebriante dos versos.
JOHN BARROS
GPT-3 e a pausa na inteligência artificial: razões éticas ou negócios?
João de Fernandes Teixeira
Doutor em Filosofia - Univ. de Essex - Inglaterra
Recentemente fomos surpreendidos por um episódio inusitado na comunidade internacional de pesquisadores da inteligência artificial. Grandes nomes do mundo científico e tecnológico, além de intelectuais e pensadores assinaram um manifesto reivindicando uma pausa de seis meses no desenvolvimento da IA. É bem pouco provável que ela aconteça, mas precisamos investigar as razões pelas quais ela foi proposta.
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O ideal ascético: Um confronto entre natureza e cultura
JOSÉ CARLOS SILVA ROCHA COSTA
Licenciado em Filosofia – (UESB)
Mestrando em Filosofia – (UFBA)
Introdução
Neste texto, à luz do pensamento de Friedrich Nietzsche, abordaremos o ascetismo de natureza metafísico-religiosa, que concebe o ideal ascético como uma renúncia à existência natural. Destacaremos o papel desempenhado pelos sacerdotes ascéticos na promoção dessas ideias, os quais rejeitam a vida em prol de uma realidade distinta e imutável. Nietzsche postula que o ascetismo desempenha o papel de um recurso psicológico, desviando o ressentimento daqueles que enfrentam o sofrimento.No entanto, ele adverte que esse ideal ascético, ao invés de fortalecer, enfraquece o indivíduo e a cultura. Em resumo, Nietzsche explora a complexidade do ascetismo e seu impacto na interpretação da vida.
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A verdade é uma necessidade humana?
Diego Carmo de Sousa
Licenciado em Filosofia – (UESB)
Mestrando em Filosofia – (UFMG)
Introdução
No livro Memórias da Emília, do Monteiro Lobato (1882-1948), a personagem título, questionada pela Dona Benta, que duvidava que ela soubesse o que era verdade e mentira, respondeu-lhe: “verdade é uma espécie de mentira bem pregada, das que ninguém desconfia” (LOBATO, 2009, p. 13).
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A crítica de Nietzsche à visão moderna da história
Ícaro Souza Farias
Doutorando, Filosofia, UFRJ
Mestre, Filosofia, UFF
A segunda extemporânea
Nietzsche escreveu sua segunda extemporânea, Sobre a utilidade e a desvantagem da história para vida, durante o inverno de 1973-1974. O livro em questão fez parte de um projeto que se consolidou em quatro extemporâneas. Para levar a cabo essa breve investigação sobre a segunda extemporânea é necessário aclarar o contexto histórico no qual a obra surgiu. Em outras palavras, é necessário entender as razões que motivaram Nietzsche a escrever o livro em questão. O próprio título já oferece sinais valiosos do intento nietzschiano, ou seja, pensar, refletir sobre a utilidade e a desvantagem da história para vida. A história, portanto, está sendo considerada enquanto objeto de reflexão tendo a vida como objetivo último. Nietzsche já esboça no título da obra que a história pode tanto ter aspectos vantajosos ou não do ponto de vista da vida.
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