O que está em jogo na reflexão sobre o suicídio?
João Marcos Fernandes Fagundes Neves
Bacharel em Filosofia - Claretiano
Várias áreas do conhecimento desenvolveram teses, estudos e questionamentos sobre a morte voluntária, como a sociologia, a teologia, e a psicologia. A literatura, embora em muito seja considerada ficcional, recria e transmite, através da mimese, a realidade como ela se apresenta. Ela sempre se mostrou um campo favorável a essa discussão. É certo que em todos os séculos da literatura a problemática da morte voluntária se fez presente. Muitos literatos versaram sobre essa temática; um deles foi Dostoiévski, ao narrar o suicídio de Kirilov no romance Os demônios e as motivações suicidas do protagonista homônimo do conto O sonho de um homem ridículo. No que segue, discutiremos o suicídio a partir do conto, pois ele reelabora a discussão do suicídio e desperta no leitor reflexões sobre o assunto.
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A crítica de Nietzsche à visão moderna da história
Ícaro Souza Farias
Doutorando, Filosofia, UFRJ
Mestre, Filosofia, UFF
A segunda extemporânea
Nietzsche escreveu sua segunda extemporânea, Sobre a utilidade e a desvantagem da história para vida, durante o inverno de 1973-1974. O livro em questão fez parte de um projeto que se consolidou em quatro extemporâneas. Para levar a cabo essa breve investigação sobre a segunda extemporânea é necessário aclarar o contexto histórico no qual a obra surgiu. Em outras palavras, é necessário entender as razões que motivaram Nietzsche a escrever o livro em questão. O próprio título já oferece sinais valiosos do intento nietzschiano, ou seja, pensar, refletir sobre a utilidade e a desvantagem da história para vida. A história, portanto, está sendo considerada enquanto objeto de reflexão tendo a vida como objetivo último. Nietzsche já esboça no título da obra que a história pode tanto ter aspectos vantajosos ou não do ponto de vista da vida.
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O TEMPO E O ESPAÇO NA CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO
CEZAR AUGUSTO VIEIRA JUNIOR
Doutorando em Filosofia – (UFSM)
Mestre em Psicologia – (UFSM)
Bolsista CAPES
Introdução
Na busca da compreensão acerca da constituição do sujeito precisamos pensar, primeiramente, na questão da historicidade do ser humano. Isso significa dizer que ele é constituído através de sua história, mas não de uma forma isolada, pois ele também é parte do mundo e participa ativamente de sua construção em conjunto com a coletividade.
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A Ética da Libertação: Compromisso com a dignidade da pessoa humana
Renato Nunes Bittencourt
Doutor em Filosofia pelo PPGF-UFRJ Professor do Curso de Administração da FACC-UFRJ
Ao longo de 2023 a Filosofia-Teologia da Libertação perdeu dois de seus estimados expoentes, Franz Hinkelammert e Enrique Dussel. Nossa modesta proposta no presente texto consiste em celebrar as suas obras e demonstrar a coerência com esse projeto filosófico enraizado em uma perspectiva de profunda necessidade de mudança do tecido econômico, social e político de nosso mundo colapsado, cheio de progresso técnico, parco de bem-viver devidamente distribuído entre os seres humanos de todas as partes do globo. A partir das obras desses dois pensadores trabalharemos diversos aspectos dessa práxis filosófica que faz da consciência religiosa um mecanismo de transformação social.
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HÁ UMA EQUIVALÊNCIA ENTRE VIDA E FILOSOFIA?
JASSON DA SILVA MARTINS
Doutorando em Filosofia – (UFBA)
Mestre em Filosofia – (UNISINOS)
Introdução
Em breve momento na história – em algumas escolas helenísticas – podemos dizer que houve uma equivalência entre viver e filosofar. O que é mais comum à tradição filosófica é uma reflexão sobre vida e filosofia ou sobre existência e filosofia. Apesar de restrita, a discussão sobre uma possível equivalência entre viver e filosofar é permanente.
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