Espaço-Poesia
Barro
Quando chegou o crepúsculo da vida
Aquilo que sobre os ombros lhe pesava
Estava no fiel da balança
Prazer e dor
Aversão e amor
Guerra e paz
O homem nunca conhecerá um palmo de sua mão
Apenas verá as coisas pela cara, lhe passar
Quando chegou o crepúsculo da vida
Aquilo que sob os ombros lhe pesava, aliviou-se
Tal como um fardo muito leve, um pano envolvendo um bebê pobre
Ou o corpo do crucificado
Havia um homem que vivia como se todo dia fosse festa, e bebia
Outro, caminhava para o Gólgota
Quando enfim, chegou o crepúsculo da vida
Tudo foi feito poeira
Não há um sentido certo pra vida
Nem uma única forma de viver
Morrer pode ser sempre parecido
Mas e viver?
Quando chegou o crepúsculo da vida
Eu, estava com meu pé direito e o esquerdo
No fiel da balança
Enquanto um pano pobre envolvia o barro que é o Homem
José Chadan