O absurdo da existência em Camus: Reflexões sobre sua peça O equívoco
Maurício Uzêda de Faria
Doutorando em Filosofia - UFBA
A revolta e o absurdo são noções centrais na filosofia de Camus. Além de estarem presentes, como núcleos principais, em O homem revoltado e O mito de Sísifo, respectivamente, os referidos temas perpassam também suas obras literárias, como O estrangeiro, A peste, O equívoco, etc. A relação entre as duas noções é exposta nas primeiras páginas de O homem revoltado, em que Camus relaciona o problema do suicídio e do absurdo, como aparece em O mito de Sísifo, ao do homicídio e da revolta, em O homem revoltado (CAMUS, 1999, p.15). Embora neste último ensaio Camus trate principalmente do assassinato como ação política, em outros momentos podemos ver como este problema – do “direito” de matar, ou do crime travestido de inocência – aparece fora da esfera política.
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Sobre o pessimismo de Anaximandro: A presença de Schopenhauer em A Filosofia na idade trágica dos gregos
Leonardo Araújo Oliveira
Doutorando em Filosofia - UFMG
Ideia central da obra: pensamento e personalidade
Um ano após a publicação de O nascimento da tragédia (1872), surge o opúsculo intitulado A filosofia na idade trágica dos gregos, que completa agora 150 anos. Trata-se, no entanto, de um material revisado das lições sobre filósofos pré-platônicos, que Nietzsche começou a tomar nota em 1869, preparando aulas na Universidade de Basiléia, quando ocupava o cargo de docente de filologia clássica.
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Gestar e dar à luz: trabalhos socialmente ignorados
ADENAIDE AMORIM LIMA
Doutoranda em Filosofia pela UFSM
Mestre em Educação pela UESB
LISIANE DA SILVA ZUCHETTO
Doutoranda em Filosofia UFSM
Mestre em Direito pela UPF
Introdução
Defendemos a procriação humana como trabalho. Conforme veremos ao longo deste texto, a procriação humana, semelhante às de outras espécies de animais, sempre esteve relacionada à sobrevivência da espécie, porém, diferentemente das outras espécies de animais, a finalidade do trabalho procriativo nos humanos adquiriu novos contornos e propósitos a partir da complexificação das organizações sociais, do surgimento do Estado e da acumulação do capital.
Não entraremos na questão da maternidade (relação mãe-criança) ou maternagem
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Espaço-poesia:
Versos de Sofia
Escrevendo ao mundo
Da razão ao delírio, de Apolo a Dionísio
O dom da palavra que transa com a vida
Com ou sem rima
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Ciberpatuá Quântico:
Uma história em quadrinhos poético-filosófica que se insurge contra os dogmas
Edgar Franco (Ciberpajé)1
Ainda no ano de 1997 batizei os quadrinhos que faço, devido há algumas de suas peculiaridades, de quadrinhos Poético-Filosóficos. No mesmo ano publiquei um artigo de minha autoria intitulado “Panorama dos Quadrinhos Subterrâneos no Brasil”(FRANCO, 1997). Na época, para a realização da pesquisa que gerou o artigo, foram analisados 400 fanzines de todas as regiões do país, no intervalo de 1989 a 1995. Para sistematizar a análise, os quadrinhistas foram divididos em linhas, observando semelhanças de linguagem, afinidades estilísticas e temáticas. Para batizar uma das linhas surgiu o termo “quadrinhos poético-filosóficos” que posteriormente batizaria esse gênero de quadrinhos, propus a primeira definição para ele:
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