Sofrimento existencial: uma reflexão a partir do documentário Solitário anônimo
ADENAIDE AMORIM LIMA
Doutoranda em Filosofia, UFSM
Introdução
Este texto reflete sobre aspectos do sofrimento existencial presentes no documentário Solitário Anônimo. Fundamentaremos-nos, principalmente, em duas propostas teóricas que nos ajudará a compreender o fenômeno do sofrimento existencial que julgamos estar imerso o Solitário Anônimo, personagem central do documentário. Primeiramente em Alfried Längle (2008), que a partir de uma perspectiva existencial-antropológica e analítica discute tipos de sofrimento, dentre eles o sofrimento existencial, caracterizando-o; posteriormente, analisaremos o sofrimento existencial no contexto do sentimento existencial de Matthew Ratcliffe (2020; 2011), ao estabelecer uma intrínseca relação entre o sofrimento existencial e o desespero ou perda de esperança.
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Surgimento e objetivo do cogito agostiniano
Daniel Gomes Cunha
Graduado em Filosofia (UESB)
Aurélio Agostinho, posteriormente conhecido como Santo Agostinho, bispo de Hipona, em uma obra de juventude, intitulada Contra os acadêmicos, formulou pela primeira vez uma concepção de cogito, muito antes de Descartes. Se esta ideia é anterior à filosofia moderna, ela guarda alguma semelhança? Com que objetivo Agostinho desenvolveu essa ideia? Responder estas perguntas é o nosso objetivo no que segue.
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UMA CRÍTICA À METANARRATIVA DA DIVERSIDADE
WALTER MARCOS KNAESEL BIRKNER
Sociólogo, professor da Uniasselvi
A crítica é o sal da vida, dizia certo filósofo e é exatamente o nosso propósito aqui. Uma parte importante, às vezes essencial, da nossa compreensão sobre as coisas depende da leitura crítica sobre o que aprendemos a respeito dessas coisas. Assim é também em relação à diversidade e à inclusão, na medida em que a compreensão destes temas contemporâneos pode ser amplificada. Dessa maneira, os textos mais apologéticos sobre eles necessitam ser confrontados com a crítica à sua forma de apropriação intelectual e de engajamento ético e moral.
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UMA REFLEXÃO SOBRE A POBREZA
ADENAIDE AMORIM LIMA
Doutoranda em Filosofia – UFSM
Mestre em Educação – UESB
Introdução
É possível uma reflexão filosófica sobre a pobreza? Uma vez que a filosofia reflete em torno de conceitos, é sempre complicado abordar tópicos que não estão dentro de um horizonte conceitual prévio. A pobreza, como veremos abaixo, não é algo conceitual ou uma “realidade” historicamente estável. Refletir, então, sobre este tema pode significar expor o quanto o seu sentido foi mudando de acordo com a sociedade. Essa mudança, claro, não significa que a situação foi melhorando, mas sim que o tema foi sendo tratado de acordo com a situação histórica de cada sociedade.
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Uma receita estoica para enfrentar as adversidades da vida
Jasson da Silva Martins
Doutorando em Filosofia - UFBA
Escrevi o presente texto como resposta aos meus interlocutores que acham difícil colocar em prática os preceitos da filosofia estoica hoje. Quero alertá-los, de saída: é preciso conhecer algo da filosofia estoica e, em seguida, praticá-la. Não são exigências fáceis, mas também não são inalcançáveis como alguns pensam. O pressuposto é muito antigo e simples, como dizia Espinosa: tudo que é bom e edifica é raro e difícil de conseguir. Viver de forma estoica é levar uma vida coerente, ritmada pelo exercício, cuja repetição permite transformar profundamente a nossa maneira de viver. Adaptados ao nosso contexto, os princípios e os exercícios estoicos podem ser um grande auxílio, cuja finalidade é ser livre e viver feliz.
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