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 Uma receita estoica para enfrentar  as adversidades da vida

Jasson da Silva Martins
Doutorando em Filosofia - UFBA

Escrevi o presente texto como resposta aos meus interlocutores que acham difícil colocar em prática os preceitos da filosofia estoica hoje. Quero alertá-los, de saída: é preciso conhecer algo da filosofia estoica e, em seguida, praticá-la. Não são exigências fáceis, mas também não são inalcançáveis como alguns pensam. O pressuposto é muito antigo e simples, como dizia Espinosa: tudo que é bom e edifica é raro e difícil de conseguir. Viver de forma estoica é levar uma vida coerente, ritmada pelo exercício, cuja repetição permite transformar profundamente a nossa maneira de viver. Adaptados ao nosso contexto, os princípios e os exercícios estoicos podem ser um grande auxílio, cuja finalidade é ser livre e viver feliz.


A filosofia estoica não é somente discurso, mas uma maneira de viver e ver o mundo. A filosofia assim concebida visa transformar a existência das pessoas que buscam nela um lenitivo para a sua vida. É uma incessante prática renovada da filosofia como maneira de viver que o estoicismo se endereça a cada um, através dos séculos, como um convite e um desafio a reler os antigos.
O que podemos aprender, hoje, com a leitura dos antigos? Como colocar em prática, nas circunstâncias atuais, os princípios fundamentais do estoicismo? Responder a tais questões norteadoras requer: (1) interesse no tema para ler e se apropriar dos elementos da filosofia estoica; (2) refletir sobre a vida e o seu modo de vida à luz dos conselhos e ensinamentos estoicos. O principal desafio não é apenas aprender teoricamente sobre o estoicismo, mas colocar em prática, a partir de pequenos exercícios, os conselhos estoicos.

É preciso conhecer para praticar

A felicidade não é fruto do acaso ou da sorte. Um sujeito razoável não acredita que é feliz por isso. O resultado final pode até conter algo de sorte ou de acaso, mas o percurso todo é racional e metódico. A primeira coisa que precisamos ter claro é que algumas escolas filosóficas da antiguidade se equiparavam a medicina, cujo objetivo era aplacar as dores da alma, fonte de infelicidades, como este fragmento atribuído a Epicuro revela:

Vã é a palavra de um filósofo que não cura nenhum sofrimento do homem, pois, assim como não há proveito na medicina se ela não expulsa as doenças do corpo, também não há proveito na filosofia se esta não expulsar o sofrimento da alma (EPICURO, Fr. 221 Us., Apud, GUAL; MENDEZ, 1974, p. 143).

No final do período helenístico, Sêneca fez um balanço da filosofia que o precedeu. O que ele relata, em uma das Cartas a Lucílio, é algo precioso: não apenas que houve grandes descobertas, mas que somos os responsáveis por testar e verificar a eficácia dos remédios descobertos pelos antigos:

Venero por igual as descobertas da filosofia e os seus descobridores; abeiro-me delas feliz como de uma herança de muitas gerações. Foi para mim que tais descobertas foram feitas, para mim que elas foram elaboradas. [...]. Ora os antigos inventaram os remédios adequados aos males da alma, mas cabe-nos a nós averiguar o modo e a ocasião em que eles devem ser aplicados. Os nossos predecessores fizeram muito, mas não fizeram tudo (SÊNECA, 2014, 64, 7 e 9, p. 227).

A tradição filosófica é um grande jardim onde podemos encontrar os diversos remédios, aromas e sabores para temperar a nossa vida. Mas como proceder? Farei bem em conhecer toda essa farmacopeia filosófica? Epicteto nos alerta que é na dificuldade que mostramos o quanto somos instruídos; pois é em função do seu uso prático que o conhecimento deve ser adquirido: “Se não aprendes essas coisas para mostrá-las em ação, para que aprendes?” (EPICTETO, 2020a, I, 29, 35, p. 173).
O leitor pode pensar: certo, mas essa é uma concepção antiga. Eu, da minha parte, não sei como fazer uso destas filosofias. De fato, faz muito tempo que a filosofia tornou-se acadêmica e deixou de ser terapêutica e hoje é apenas um discurso acadêmico e árido. Ao leitor que pensa assim eu invoco o testemunho de Nietzsche: se ele pudesse responder, o que ele diria sobre as filosofias antigas, no que diz respeito a práxis e como encarar a parcialidade intrínseca a estas escolas? Segundo um dos seus Fragmentos póstumos de 1881:

No que concerne à práxis, vejo as diferentes escolas morais como laboratórios experimentais nos quais um número considerável de receitas de arte de viver foram praticadas a fundo e pensadas até seu termo: os resultados de todas estas escolas e de todas as suas experiências pertencem a nós. Nós não aceitamos uma receita estoica com menos agrado porque nós já nos apropriamos de receitas epicuristas. Aquela parcialidade das escolas foi muito útil, e mais, foi indispensável para a verificação dos experimentos (NIETZSCHE, 2008, 15 [59], grifos do autor).

Escolas morais como laboratórios... quem diria! Estou convencido que no campo práxis é possível adotar algumas receitas das escolas antigas. Uma das exigências desta escola é a necessidade de conhecer e praticar os princípios ensinados. A promessa é ambiciosa: a garantia da felicidade, como afirma Sêneca: “É feliz, portanto, quem é capaz de um juízo reto; é feliz quem está contente com as circunstâncias presentes, quaisquer que sejam, e ama a sua condição; é feliz aquele em quem a razão marca toda a condução de suas ações” (SÊNECA, 2021, 6, 2-4, p. 39).
Podemos conhecer os elementos centrais e as exigências da filosofia como medicina da alma. Os seus elementos centrais indicam que é preciso conhecer o discurso estoico, sua finalidade e suas exigências. Cada a cada um praticar os conselhos e exercícios indicados, compará-los, melhorá-los até atingir o resultado esperado ou possível. A finalidade última esperada é tranquilidade da alma, mesmo em meio às maiores adversidades.

É preciso conhecer para ser feliz

Contra todos aqueles que acham que a felicidade é sorte, o estoicismo afirma que é preciso conhecimento para ser feliz. A leitura do Manual de Epicteto nos convida a compreender a necessidade da prática e a insuficiência do discurso teórico para sermos felizes. Neste texto, recolhido por seu discípulo Arriano, encontramos expresso, de maneira sintética, o ensinamento de Epicteto. Mais do que falar ou saber teórico é preciso viver filosoficamente:

Jamais declares ser filósofo nem fales frequentemente com os que ignoram a filosofia sobre os princípios filosóficos – faz as coisas que decorrem desses princípios. Em um banquete, por exemplo, não digas como é preciso comer, mas come como é preciso (EPICTETO, 2020b, XLVI, p. 58).

Para os estoicos, o discurso teórico e o colocar em prática os princípios na vida cotidiana são dois aspectos indissociáveis. A prática deve ser visível através de nossas ações, desejos e julgamentos; só realizamos o discurso em certos momentos do dia, através da leitura, da escrita, do ensino ou do diálogo. Nesse sentido, podemos dizer com Epicteto: “O primeiro e mais necessário tópico da filosofia é a aplicação dos princípios” (EPICTETO, 2020b, LII, p. 62).

Os conhecimentos teóricos adquiridos são apenas meios para atingir a felicidade. O que é, então, a felicidade? Para o estoico a felicidade é um estado ou uma condição possível de ser observada/sentida (não definida teoricamente): a tranquilidade da alma ou ataraxia. Partindo do efeito para a causa, como é próprio do senso comum proceder, é a ausência de perturbação que distingue o sábio do insensato e essa constatação encontra respaldo na prática estoica: “[...] enrubescerei se não for capaz de exibir ações semelhantes às palavras e de acordo com elas” (EPICTETO, 2020b, XLIX, p. 60).
Certamente, para colocar em prática esses princípios é indispensável conhecê-los e compreendê-los. Essa aprendizagem pode passar por uma compreensão dos textos fundadores do estoicismo. Mas a finalidade dessa exegese é a prática e não o discurso. O verdadeiro filósofo é aquele que age como filósofo, enquanto o aparente é aquele que se contenta em falar como filósofo. Para além da compreensão dos princípios é o uso efetivo destes, na sua própria existência, que caracteriza o estoicismo como maneira de viver.
A leitura do Manual de Epicteto permite compreender que a filosofia estoica é um modo de vida que abarca toda a atividade humana e não somente a vida intelectual: ela nos ensina a modificar a nossa relação com o corpo e com os bens exteriores e a orientar nossa relação com o outro e com o mundo no qual vivemos; ela nos consola quando tudo vai mal e nos prepara para o pior quando tudo vai bem. Nunca é demais relembrar a importância de uma vida coerente, conduzida de acordo com determinados princípios. Mas há um preço a pagar, obviamente: aquela adequação entre nossa escolha de vida, nosso discurso e nossos desejos.

Serás injusto e insaciável se ansiares tomar gratuitamente essas coisas e não pagares o preço pelo qual elas são vendidas. Por qual preço é vendido um pé de alface? Por um óbolo, talvez. Então se alguém, ao entregar o óbolo, toma o pé de alface, e tu, não o entregando, não o tomas, não penses ter menos que quem o tomou. Pois, do mesmo modo que ele possui o pé de alface, tu possuis o óbolo que não entregaste (EPICTETO, 2020b, XXV, p. 44).

O que interessa a Epicteto é a aplicação desse raciocínio na escolha da vida que cada um faz cotidianamente. É possível retirar desta passagem uma conclusão: quanto custa uma “consciência tranquila”? Quanto pagaríamos para ter “paz de espírito”? Por outro lado, sabemos que somos repletos de contradições e temos dificuldades para renunciar a certos desejos. Nossas ações são adequadas com a pessoa que somos? São adequadas com a pessoa que gostaríamos de ser? Nossos desejos correspondem a um modo de vida que defendemos?
A filosofia estoica nos incita a viver de maneira coerente e isso é raro. Você conhece alguém que vive de modo incoerente? Alguém cujas ações indicam que esta pessoa vive em conflito com suas convicções? Você conhece alguém não vive a vida que tem e passa os dias sonhando com uma vida que não é a sua? Conhece alguém cujos desejos não se ajustam às suas crenças mais íntimas? Reflita bem caro leitor: uma pessoa assim pode gozar de paz de espírito? Essa incoerência é, certamente, uma fonte de perturbações. A coerência entre dizer e viver é sinônimo da felicidade, afinal a felicidade é ausência de perturbação da alma.
Dissemos antes que a promessa da filosofia estoica é a conquista da ataraxia, da tranquilidade da alma. Não duvido que muitos dentre nós queremos atingir essa meta. Da mesma maneira que o atleta treina cada dia para melhorar sua performance física, nós podemos transformar nossa existência de maneira profunda e durável. Os exercícios filosóficos desempenham um papel essencial na conversão de um modo de vida incoerente em “... uma vida mais consciente, mais racional, mais aberta para os outros e para a imensidão do mundo” (HADOT, 2016, p. 143).
O que distingue o estoicismo das escolas filosóficas concorrentes é a independência da felicidade frente às coisas exteriores. A felicidade, em boa medida, depende de mim ou do gênero de vida que eu levo. A filosofia estoica não pretende mudar as circunstâncias exteriores da vida, mas a atitude do indivíduo face a estas circunstâncias:

Das coisas, algumas estão sob nosso controle, outras, não. Estão sob nosso controle o juízo, o impulso, o desejo, a repulsa – em suma: o quanto for ação nossa. Mas não estão sob nosso controle o corpo, as posses, a reputação, os cargos públicos – em suma: o quanto não for ação nossa (EPICTETO, 2020a, I, p. 31).
Somos responsáveis por nossos juízos de valor, por nossos desejos ou nossas aversões, bem como por nosso impulso a agir ou não. Estas três atividades da alma constituem aquilo que os estoicos nomeiam a escolha da vida que torna o ser humano fundamentalmente livre.

Como e quando fazer uso?

Para atingir e gozar desta liberdade fundamental, desta escolha de vida, os estoicos prescreveram um certo número de conselhos práticos e regras. O objetivo é duplo: atingir a felicidade e preservar a liberdade. No Manual, Epicteto apresenta a regra de distinção que deve guiar nossas ações, nossos desejos e nossos julgamentos.

Então, pratica dizer prontamente a toda impressão em estado bruto: “És uma impressão, e de modo algum és o que se apresenta”. Em seguida, examina-a e julga-a por essas regras que possuis – em primeiro lugar, principalmente, se está ou não sob o seu controle. Caso não esteja, tem à mão que “nada és em relação a mim” (EPICTETO, 2020a, I, p. 32).

Eis aí as duas fases para atingir a tranquilidade da alma. Resta praticar, na vida cotidiana. Qualquer pessoa adulta já deve ter experimentado algo terrível em sua vida: a morte de um parente próximo. É possível aplicar a regra da distinção, a partir deste fato. O objetivo é manter a tranquilidade da alma e não perder a liberdade. Uma vez que sou livre, o objetivo aqui é não ser perturbado por aquilo que não está em meu poder. A morte não é um mal, mas algo natural. Concluir o oposto não é razoável; assim como não é razoável achar que eu sou a razão de viver de alguém. Compreender a morte como algo natural não é tornar-se insensível!
Este exercício estoico pode ser complementado por outro proposto por Marco Aurélio, como uma síntese do estoicismo prático a partir do qual podemos tirar uma valiosa lição: não são os acontecimentos exteriores que nos confundem, mas os nossos julgamentos sobre estes acontecimentos:

Se te afliges por alguma das causas de fora, não é essa causa que te molesta, mas o teu julgamento sobre a mesma. E já apagar esse julgamento está em ti. Se porém te aflige alguma delas em tua disposição, quem é aquele que te impede de retificar o critério? (MARCO AURÉLIO, 2015, VIII, 47, p. 249).

A morte, portanto, é um acontecimento ligado às circunstâncias exteriores e não depende inteiramente de mim. Com ela posso aprender duas lições: uma, o sofrimento causado pela morte de um ser não está diretamente ligado à morte desta pessoa; outra, o sofrimento está ligado ao julgamento equivocado que me leva a concluir que a morte desta pessoa é um mal para mim. É o bom uso da razão que permite ao filósofo preservar a tranquilidade de sua alma. O bom uso da razão está estreitamente ligado à felicidade. Eis uma lição valiosa: a ética estoica é destinada ao homem razoável e não aos deuses ou aos insensatos.
Gostaria de ilustrar a importância do exercício através de um exemplo hipotético. Meu objetivo é mostrar que a filosofia estoica é capaz de manter a serenidade da alma, mesmo em casos extremos. É preciso exercitar o pensar e o viver nesta perspectiva, através do treinamento constante. Como posso utilizar a filosofia estoica ante a perda de um ente querido?
No momento que receber a notícia do falecimento de um ente querido, respire fundo e dê um tempo. Não faça nenhuma avaliação apressada. Após essa pausa, acrescente à dor imediata da perda (que é natural) a seguinte distinção: a minha representação da morte não é a própria morte. Em seguida, aplique a regra da distinção entre aquilo que depende de você e aquilo que não depende de você. Se você seguir estes passos chegará à seguinte conclusão: a morte deste ente querido não depende de mim, logo, ela não deve me afetar a ponto de eliminar a minha ataraxia e a minha liberdade. A morte não é um mal e sim algo natural.

A partir do que disse até aqui posso ter passado a ideia de que o estoicismo é uma filosofia para poucos ou para alguns sisudos e infelizes que não vivem entre amigos e parentes. Não. O estoicismo é uma filosofia que requer um sujeito razoável que deseja viver de modo coerente, sem grandes contradições internas. Para o estoicismo, o que deve valer para toda filosofia prática, a arte de ser feliz não pode ser aprendida como uma receita, sem uma distinção clara entre o aprender e o praticar. O importante, disse Sêneca, é testar a receita.

Do simples para o complexo

Quem seria capaz de praticar esta receita, ante a perda de um ente querido ou amigo? Ninguém, provavelmente, se não aquele que, desde algum tempo, se exercita a praticar este exercício. Começando pelos mais simples, a partir de perdas menores e menos dramáticas do que a morte de um ente querido. Permanecer sereno face à perda de coisas de pouco valor deve contribuir para que permaneçamos serenos face à perda de um amigo ou um parente. A aquisição do hábito lhe permitirá suportar grandes aflições:

Essas são as meditações às quais deves te aplicar desde o amanhecer até a noitinha. Inicie pelas menores coisas, um jarro, uma taça, e assim, vai prosseguindo até uma túnica, um velho cavalo no campo; então, passa para ti mesmo, teu corpo, os membros do teu corpo, depois, os filhos, a esposa, teus irmãos. Olha bem todas as partes para tudo rechaçares bem longe de ti; purifica teus julgamentos para que nada daquilo que não te pertenças a ti se prenda fazendo corpo contigo, te causando sofrimento caso lhe seja tirado. Cada dia te exercitando nisso como fazem os ginastas, não que tu és um filósofo, mas que tu és um escravo a caminho da emancipação. Nisso é que consiste a verdadeira liberdade (EPICTETO, 2015, IV, 1, 111-112).

O hábito só é adquirido e se torna natural através do exercício. Com o tempo e a naturalização de determinados hábitos, algo que era impensável passa a ser pensável; alguém que era inaceitável, torna-se aceito. Contra um hábito bem consolidado podemos opor um hábito contrário, visando desenvolver novas qualidades. É o exercício que permitirá opor um hábito a força de um outro. Ter hábitos é uma forma de ser livre.
O estoicismo propõe, assim, a seus alunos um certo número de exercícios filosóficos que permite atingir e conservar a tranquilidade da alma e preservar a liberdade. Esta é a finalidade da ética estoica. Em meio a estes exercícios filosóficos, citemos aqueles amplamente estudados por Pierre Hadot: a preparação para a morte, o olhar do alto, a previsão dos males, o exame de consciência, a definição física das coisas, a contemplação da natureza, etc. Exercite o seu desapego estoico com as perdas comuns e sem importância. Quando a adversidade surgir, estarás treinado e pronto para afrontá-la!

Conclusão

Essa breve exposição de alguns elementos da filosofia estoica, ilustrada com o exemplo hipotético da perda de um ente querido, podem nos ensinar diversas lições. A aposta estoica é que aquele indivíduo assim treinado não sofrerá com as grandes perdas inevitáveis e viverá melhor. Afora todo fatalismo, todo niilismo, o estoicismo afirma que nos momentos mais difíceis da vida, a razão é um porto seguro. Dar tempo, interromper a fantasia, interpor um discurso razoável, são práticas cotidianas que podem corroborar com a aquisição ou a manutenção da coerência entre dizer e viver.
Para encerrar, gostaria de fazer um pedido aos meus interlocutores: se esta receita estoica faz sentido, copie-a num pequeno pedaço de papel e tenha ela sempre por perto. Tenha-a sempre à disposição e utilize-a nas mais diversas situações. Tenha em mente o objetivo final: nada que for urgente ou impossível deve abalar a sua tranquilidade, a sua sanidade ou a sua liberdade. Lembre-se: os melhores chefs não são reconhecidos por conhecerem muitas receitas, mas por serem peritos na elaboração de um reduzido número delas.

Referências bibliográficas

EPICTETO. Entretiens. Fragment et sentences. Paris: Vrin, 2015. [Bilíngue].

______. As diatribes de Epicteto: livro I. Lisboa: Universidade de Coimbra, 2020a.

______. O Manual de Epicteto. Campinas: Auster, 2020b.

GUAL, Carlos Garcia; MENDEZ, Eduardo Acosta. Ética de Epicuro: la génesis de una moral utilitária. Barcelona: Barral Editores, 1974.

HADOT, Pierre. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. São Paulo: É Realizações, 2016.

MARCO AURÉLIO. Meditações. Belo Horizonte: Nova Acrópole, 2015 [Bilíngue].

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Fragmentos póstumos: 1875-1882. Madri: Tecnos, 2008. (v. II).

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5 ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2014.

______. Sobre a vida feliz. In: ______. Sobre a providência . Sobre a vida feliz . Sobre o ócio. São Paulo: Penguin-Companhia das Letras, 2021, p. 31-63.