Infocracia e dominação subjetiva digital
Renato Nunes Bittencourt
Doutor em Filosofia pelo PPGF-UFRJ. Professor do Curso de Administração da FACC-UFRJ
O que chamamos de Cibercultura é o conjunto de fenômenos comunicacionais da revolução informacional ocasionada pela expansão da Internet pelo nosso mundo e suas inevitáveis mudanças comportamentais que estabeleceram a transição do analógico para o digital.Quem viveu a transição entre o mundo anterior aos paradigmas da Internet e a instauração da grande rede sabe muito bem o quanto as formas comunicacionais e as relações sociais foram modificadas com essa revolução tecnológica, alterando inclusive nossa percepção de tempo e de espaço. Uma carta enviada para nosso destinatário demorava dias para chegar e eventualmente corria-se o risco do extravio, de modo que os correios atuavam como uma grande força da contingência em nossa vida administrada.
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Heidegger e a dimensão existencial do corpo humano
Arlindo Antonio do Nascimento Neto
Mestrando em Filosofia – (UFBA)
Licenciado em Filosofia – (UESB)
Introdução
Discussões sobre o corpo são recorrentes na filosofia contemporânea. Filósofos como Merleau-Ponty, Foucault e Deleuze, entre outros, abordaram esse tema de modos diversos, sendo reconhecidos pela sua contribuição ao debate. Entretanto, quando pensamos em um dos maiores nomes da filosofia do século passado, o alemão Martin Heidegger, o mesmo não pode ser afirmado. No presente texto, objetivamos apresentar, de modo sucinto, uma possível contribuição de Heidegger ao debate filosófico contemporâneo sobre a dimensão existencial do corpo humano.Uma primeira ideia geral que é importante fixar é o seguinte: Heidegger busca desconstruir as concepções de homem herdadas da tradição filosófica. Sua postura consiste em recusar as concepções de homem herdadas do pensamento metafísico, tais como foramelaboradas quantoa nossa relação com o mundo.
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Uma receita estoica para enfrentar as adversidades da vida
Jasson da Silva Martins
Doutorando em Filosofia - UFBA
Escrevi o presente texto como resposta aos meus interlocutores que acham difícil colocar em prática os preceitos da filosofia estoica hoje. Quero alertá-los, de saída: é preciso conhecer algo da filosofia estoica e, em seguida, praticá-la. Não são exigências fáceis, mas também não são inalcançáveis como alguns pensam. O pressuposto é muito antigo e simples, como dizia Espinosa: tudo que é bom e edifica é raro e difícil de conseguir. Viver de forma estoica é levar uma vida coerente, ritmada pelo exercício, cuja repetição permite transformar profundamente a nossa maneira de viver. Adaptados ao nosso contexto, os princípios e os exercícios estoicos podem ser um grande auxílio, cuja finalidade é ser livre e viver feliz.
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