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Espaço-poesia: 

O pessimista que tocava flauta

Nesse mundo que tem como essência
a vontade e a potência do homem
Nesse mundo filantropia é sonho
que doa com ganância na face da aparência

Mesmo nos dias cinzas a felicidade é colorida
e aquele que traz no pensamento a melancolia
conduza melodia filosófica viva
e vive em conflito com a cólera da vida

Tocando flauta no frio da locomotiva
transparente cortina cheia de vida
surfando nas ondas da extasia
lúcido em espírito de poesia

E pra quem busca as próprias verdades
o mundo é pra quem não tem medo
e anda no deserto urbano sem freio
de promessas o inferno está cheio

Atento aos voos dos poetas errantes
Walys, Dantes, Cervantes
Em suas fábricas de sonhos
Habitantes de terras distantes

Cuspindo razão delirante
Eu vou vivendo alucinações
nas fluidas avenidas, pessoas escondidas
escrevendo a alma da vida

Poeticamente nos passos da imaginação
Apressando lentamente as palavras
Voar, movendo no ar, subindo aos céus
Pelo amor inebriante dos versos.
JOHN BARROS