Espaço-Poesia
E-S-C-R-E-V-A
Não sei por que escrevo
Não sei por que me embriago
de palavras
Não sei por que gosto tanto
de aspirar
o perfume imaginário de
p-o-e-s-i-a
Não me
eu não sei responder
Só sei
que assim como o instinto está presente no animal que
devora sua presa
existe um não-instinto em
mim
que me faz caçar um
p-o-e-m-a
colocá-lo sobre a mesa dentro
de um prato de papel
e devorá-lo com a mesma
avidez
de um leão diante de sua
presa
Tudo é surpresa
Quer saber?
Peilton Sena
In Momentos, 1995.