Editorial
A sociedade contemporânea está carente. Desde o início da história da humanidade, talvez este seja o momento de maior angústia humana. Angústia essa que está estampada em cada rosto, em cada olhar, em cada ação. Nesse aspecto, não há diferenças, quaisquer que sejam. Desde o menino que pede, assustado, do outro lado da barreira transparente do carro, até os mais ricos e poderosos, que se trancam em fortalezas e blindam seus carros. Todos estão de certa forma impotentes diante do massacre cotidiano em que se inserem. A angústia, de fato, faz parte da própria vida humana, vez que o homem está sozinho no mundo, em busca de sua própria realização e, para isso, precisa se relacionar, fundamentalmente, com o outro, com aquele que por mais semelhante, lhe é diferente. É inegável que, quanto menor o conhecimento, menor a consciência desta situação. Assim é que, por muitos séculos, o homem não se deu conta da sua insignificância diante do cosmo, porquanto seu conhecimento era ainda muito precário e, pois, sua consciência, engatinhava.No século passado, o homem avançou de tal forma seus conhecimentos como jamais houvera ocorrido. As invenções trouxeram tantos aparatos tecnológicos, que muitos não encontram espaço para si mesmos dentro de seus próprios quartos, e alguns já pretendem se mudar da Terra. Nossas crianças falam e fazem coisas, hoje, que sequer sonhávamos em nossa infância. Isto posto, e considerando, ainda, que o homem está no mundo diante de um leque infinito de possibilidades para sua realização, é fácil notar o quanto o campo perceptível deste leque vem alargando-se. Antes, explorávamos os arredores de casa, hoje, os arredores da Terra. Ohomem encontra-se, assim, perdido face a tantas opções, e sem condições mínimas de proceder a uma escolha razoável. O desespero, penso, surge exatamente da consciência dessa abertura do leque e da falta de condições para escolher o melhor caminho, aquele que propicie um estado satisfatório. Para sair desta situação crucial, deve, pois, o homem traçar um projeto vital, como diz Ortega y Gasset, e conscientizar-se de que sozinho no mundo não há possibilidade qualquer. Viver é conviver e, portanto, é imperioso que o homem cuide não apenas de outras coisas, mas fundamentalmente, de outras vidas ou, mais precisamente, de outros seres humanos, porquanto esta é a única forma de continuar a sua própria existência. O primeiro passo para essa tarefa é centrar sua atenção na busca da verdade. Somente assim poderá caminhar de sua insegurança inicial em direção a uma segurança final... |
Agenda Curso de Filosofia Moderna IInício: 19 de maio de 2001. Local: Treinasse – Av. cons. Nébias, 337, Santos/SP Informações: Tel. 3221-3518 (CEFS) 3252-3319 (Luiz) Núcleo de estudos Herbert MarcuseTema: obra "Tecnologia, Guerra e Facismo" Coordenação. Prof. José Sobreira Barros Jr. Bacharel em História e Mestrando em Filosofia - PUC/SP Gratuito p/ sócios (associe-se) Inf.: (13) 3221-3518.
Núcleo de Estudos Emmanuel Lévinas Tema:Ética e Fenomenologia Coordenação: Prof. Luiz Meirelles Bacharel em Direito, Licenciado em Letras e Filosofia – Unisantos Mestrando em Filosofia PUC/SP Gratuito p/ sócios (associe-se) Inf. (13) 3221-3518 e 3252-3319
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